quinta-feira, 28 de abril de 2011

Montanha da Vida


Quem dá a nós o direito de acabar com a inocência de alguém? Com sua pureza? Seus castelos? E por que?
 
Queria ser aquela Juliana... Aquela inocente, inexperiente, pura. Não essa que aos 23 já conhece o mal, a falsidade infame, a mentira calculada, os olhares oblíquos e dissimulados de Capitus e Bentinhos. E aos 63? O que há de ser? Uma velha carcomida, ranzinza, amarga por completo? Uma velha que só enxerga o fim da montanha? Que tristeza! Eu esperava mais.. Esperava mesmo! Talvez a teoria da montanha* seja de fato verdadeira e eu, precoce que sou, já começo a vislumbrar a descida aos 23!

*teoria que ouvi numa palestra na época da faculdade. Segundo ela, até mais ou menos os 30 anos estamos subindo a montanha da vida, olhando sempre pra cima, enxergando tudo com esperança, almejando mudar o mundo ou, pelo menos, nossa história. Porém, depois disso chegamos ao topo - que corresponderia a mais ou menos a metade da nossa vida - e chegamos ao ponto em que já começamos a vislumbrar a morte, o fim, encarando o fato de – muitas vezes – não termos conseguido tudo o que desejamos um dia. A metáfora pode dizer respeito tanto a nossa vida profissional quanto pessoal.

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