sexta-feira, 1 de julho de 2011

I wonder


I wonder if it is time to stop... accept defeat... give up the fight.
I wonder if the wise ever give up. If their wisdom has to do with the ability to always overcome obstacles or with their capacity of recognising the end of the line.

I wonder so much. I do so little. And I cry.
I cry for the uncertainties, I cry for my inertia, I cry for crying...

I love... and pay the price...

I've been told that loving means giving with no receiving. But what nobody has told me is that loving means giving and not receiving what one gives, while receiving other things and not giving what one receives.

And, having wondered so much, I smile. Just on the outside, but I smile.

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Me pergunto se é hora de parar... aceitar a derrota... desistir da batalha.
Me pergunto se os sábios desistem. Se sua sabedoria tem a ver com a habilidade de sempre vencer os obstáculos ou com a capacidade de reconhecer o fim da linha.

Eu penso tanto. Eu faço tão pouco. E choro.
Choro pelas incertezas, choro por minha inércia, choro por chorar...

Eu amo... e pago o preço...

Disseram-me que amar é dar sem receber. Mas ninguém nunca falou que amar é dar e não receber o que se dá, recebendo outras coisas sem dar o que se recebe.

E, de tanto divagar, sorrio. Só por fora, mas sorrio.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

As imposições da 'Liberdade'


Vi o Jean Wyllys (ex-BBB, agora deputado estadual), numa entrevista com a Marília Gabriela, criticando o falecido Clodovil por ele ter declarado que não ia à Paradas do Orgulho Gay porque não tinha orgulho de ser um. Fiquei pensando: eu, como mulher, sou parte de uma minoria ainda oprimida e tal.. será que eu iria a uma 'Parada do Orgulho Feminino'? Não, eu não iria. Não que eu não tenha orgulho de ser mulher. É claro que eu tenho – exceto quando vejo minhas pares fazendo bobagem por aí: tipo mulheres-melancia, marias-gasolina ou aquelas que encaram 'ser bem resolvida' com 'ser sem-vergonha' – mas é que eu acho que eu provavelmente encontraria algo que me apetecesse mais do que ir a um evento destes. Por outro lado, se eu sofresse na pele alguma injustiça pelo fato de ser mulher, talvez eu comparecesse... Difícil dizer. Poderiam me chamar de alienada, descompromissada, etc., mas o fato é que simplesmente eu não acho legal esse 'superenaltecimento' de uma classe e, de mais a mais, conquistamos a liberdade de expressão há anos e ela também pressupõe a liberdade de silêncio, não é?
Enfim, penso que o Clodovil não estava errado em fazer o que bem entendia. Só porque ele era um representante famoso da comunidade GLBT não significa que ele tivesse o dever de ser engajado na luta pelos direitos dessa classe. Se não, todo artista negro teria que lutar pelos direitos dos negros, toda mulher famosa teria que defender os direitos femininos, toda celebridade idosa deveria participar de campanhas pelos idosos e assim por diante.
Existem causas com as quais nos identificamos mais do que outras e somos ainda livres para não nos identificarmos com nenhuma, se assim quisermos! Além disso, bem sabemos que muitas das pessoas presentes numa parada gay estão ali por diversas outras razões que não a de se fazer ouvir na sociedade.
Viva a liberdade! Viva os gays! Viva as mulheres, idosos, negros, crianças, animais, portadores de necessidades especiais, nerds...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Verdade


Não, esse não é mais um artigo discutindo a verdade do ponto de vista filosófico, metafísico, etc. Estamos aqui falando da verdade simples, da verdade complexa, da verdade verdadeira.

Exemplifiquemos: quantas mulheres hoje tem um implante de silicone? Quantos caras as acham lindas e nem sabem que são siliconadas? Será que elas os estão enganando? Deveriam essas moças andar com uma placa na testa ou, neste caso mais especificamente, nos peitos onde leria-se 'Implante – 300ml'? Não! Pro cara, saber ou não saber qual é o material do qual aquilo ali é composto é mera casualidade. Isso não vai afetar sua vida de forma significativa. Ele não vai ficar com cara de idiota ao descobrir a 'verdade'. 

Tomemos agora um exemplo contrário: suponha que você trabalhe numa empresa e que você suspeite que seu chefe obtenha lucros ilícitos. Se suas suspeitas forem confirmadas, isso sim vai fazer diferença na sua vida. A menos que você seja totalmente desapegado de ética e valores morais, esta situação vai te incomodar. Ao tomar conhecimento dos fatos e ficar inerte você estará sendo, no mínimo, conivente.

Se houver abertura para a conversa, no entanto, tudo pode ser colocado em pratos limpos. Você poderá perceber que está mesmo errado, suspeitou mal. Mas você pode também estar certo e, se estiver, o que será que seu chefe vai dizer ao ser confrontado? A verdade?

Usando a máxima 'Contra fatos não há argumentos' podemos deduzir que, ou ele silenciará, ou sairá pela tangente sem mais explicações.

A verdade não é sempre fácil de dizer nem de ouvir. Se ela for ilegal, imoral, antiética ou bizarra, piorou! Portanto, tomemos cuidado ao buscá-la pois, se ela pode nos iluminar, pode também nos nausear. E, certifiquemo-nos sempre de ter uma alternativa, um plano B, afinal, há verdades com as quais não conseguimos lidar... e eu não estou falando de silicone!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Montanha da Vida


Quem dá a nós o direito de acabar com a inocência de alguém? Com sua pureza? Seus castelos? E por que?
 
Queria ser aquela Juliana... Aquela inocente, inexperiente, pura. Não essa que aos 23 já conhece o mal, a falsidade infame, a mentira calculada, os olhares oblíquos e dissimulados de Capitus e Bentinhos. E aos 63? O que há de ser? Uma velha carcomida, ranzinza, amarga por completo? Uma velha que só enxerga o fim da montanha? Que tristeza! Eu esperava mais.. Esperava mesmo! Talvez a teoria da montanha* seja de fato verdadeira e eu, precoce que sou, já começo a vislumbrar a descida aos 23!

*teoria que ouvi numa palestra na época da faculdade. Segundo ela, até mais ou menos os 30 anos estamos subindo a montanha da vida, olhando sempre pra cima, enxergando tudo com esperança, almejando mudar o mundo ou, pelo menos, nossa história. Porém, depois disso chegamos ao topo - que corresponderia a mais ou menos a metade da nossa vida - e chegamos ao ponto em que já começamos a vislumbrar a morte, o fim, encarando o fato de – muitas vezes – não termos conseguido tudo o que desejamos um dia. A metáfora pode dizer respeito tanto a nossa vida profissional quanto pessoal.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Canção de Amor da Jovem Louca


tradução de Maria Luíza Nogueira

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)

                                                                   Sylvia Plath (A Redoma de Vidro - 1971)

I shut my eyes and all the world drops dead; 
I lift my lids and all is born again. 
(I think I made you up inside my head.) 

The stars go waltzing out in blue and red, 
And arbitrary blackness gallops in: 
I shut my eyes and all the world drops dead. 

I dreamed that you bewitched me into bed 
And sung me moon-struck, kissed me quite insane. 
(I think I made you up inside my head.) 

God topples from the sky, hell's fires fade: 
Exit seraphim and Satan's men: 
I shut my eyes and all the world drops dead. 

I dreamed that you bewitched me into bed 
And sung me moon-struck, kissed me quite insane. 
(I think I made you up inside my head.) 

God topples from the sky, hell's fires fade: 
Exit seraphim and Satan's men: 
I shut my eyes and all the world drops dead. 

I fancied you'd return the way you said, 
But I grow old and I forget your name. 
(I think I made you up inside my head.) 

I should have loved a thunderbird instead; 
At least when spring comes they roar back again. 
I shut my eyes and all the world drops dead. 
(I think I made you up inside my head.)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu mesma


Cansada de ser quem querem que eu seja, cansada de ser eu mesma. Eu sou isso. Eu sou a pessoa que querem que eu seja e essa é minha essência, talvez até meu 'charme'. Mas estou cansada. Queria ser aquela mulher/menina que vive só na minha cabeça, aquela que eu encarno quando só, encenando as mais diversas situações. Eu queria ser eu mesma, mas a mesma que eu não sou e que só eu conheço.
Queria que houvesse uma poção que me libertasse – nem sugiram álcool.. já tentei!

segunda-feira, 28 de março de 2011

Plea for love!

oh, love that I perspire
oh, love that spears my heart
oh, love that I desire
oh, don't tear us apart

sexta-feira, 25 de março de 2011

..Elogios..


Aquela sua amiga vem trabalhar com uma camisa linda. Seu vizinho comprou um carro novo. O colega fez um bom trabalho. Em todas essas circunstâncias cabe um elogio, certo!? Mas, e se, mesmo sendo sincero, seu elogio começar a ser recebido com desconfiança?

Por costume, por educação e até graças a um conselho de um amigo, há anos venho cultivando o hábito – que hoje já virou quase que automático – de elogiar as pessoas. É uma roupa, um talento, uma fala... qualquer coisa que me salte aos olhos ganha um pronto – ou tardio – elogio. Iniciei essa prática quando, sendo professora de inglês, percebi quão impressionantes resultados um elogio podia produzir. Aí, comecei a incorporar esse hábito ao meu dia a dia e hoje, às vezes, sinto até que preciso maneirar na dose. Por que? Porque percebo que, de vez em quando, os elogiados sentem-se desconfortáveis com os predicados os quais atribuo a eles. Talvez pensem que seja algo como 'puxa-saquismo' ou mesmo 'falsidade'.

É estranho pensar que uma coisa tão sincera e boa possa causar tão desagradável reação – e, vejam bem, não estou me excluindo do grupo que esporadicamente recebe um elogio com receio. Mas, a meu ver, tudo isso não passa de mais um reflexo da 'modernidade'. Hoje todos estamos tão acostumados a nos fecharmos em nossos casulos – um computador, um carro, food delivery – e com tanto medo de sermos invadidos ou enganados que, quando alguém se sente suficientemente próximo para ter a liberdade de nos elogiar, nós simplesmente desconfiamos da falta de interesse ou da integridade do caráter da pessoa. A verdade é um artigo em extinção e talvez sempre tenha sido, mas hoje em dia, com toda essa individualização, com toda essa inversão de valores – ê senso comum! - essa constatação é cada vez mais clara e, infelizmente, cada vez mais banal.

Mas eu não vou ficar medindo minhas boas atitudes em detrimento de uma torpe realidade. Vou elogiar, sim, porque eu é que sei da minha consciência e estou tranquila com ela! Façamos todos o mesmo e talvez – a esperança é a última que morre – possamos reverter tudo isso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A felicidade pode estar onde você nem imagina: num TOMATE!


Lá estava eu, dentro do carro, voltando de Florianópolis neste último carnaval, quando me deu uma vontade imensa de comer tomates. Eu adoro essa fruta, como bem sabem minha mãe e meu marido, mas meu desejo foi quase de grávida que não estou – nem adianta vir falar, tenho evidências contundentes!!
Pois bem, chegamos às 5hrs da tarde e minha fome estava incomparável, mas não era uma fome qualquer... eu queria TOMATES! Aí, depois de resolver uma dúzia de coisas pela internet e telefone, eis que vou ao mercado e – acreditem – os tomates estavam lindos!! Comprei os tomates, levei os tomates embora, lavei os tomates e... finalmente, comi todos, lambendo os beiços. Ah.. que felicidade!!
Mas não era aí onde eu queria chegar, não. Eu sei que a felicidade pode estar, sim, em comer uma bacia de tomates com sal e limão, mas foi no outro dia que eu experienciei uma felicidade maior ainda:
Pois bem, lá estava eu em casa ontem, depois de um longo dia de trabalho, com fome de: Tomates! Mas não havia mais destes manjares dos deuses em casa e eu já estava de pijamas – quem é que tira os pijamas e coloca uma roupa pra ir ao mercado às 9hrs da noite?? Bom, estava quase aceitando a ideia de comer apenas um pãozinho quando me lembrei que o Fabio tinha ido à casa dos pais dele e já devia estar voltando. Liguei e, quando eu perguntei onde ele estava, ele falou que eu já poderia vê-lo da sacada. ELE JÁ TINHA CHEGADO EM CASA! Que destino! Nada de tomates...
Mas não. Não foi isso que ele deixou que acontecesse. Como o cavalheiro que é – sim, e nem adianta que eu não apresento! - ele deu meia volta e depois de uma meia hora retornou com seis tomates vermelhinhos e suculentos nas mãos. Gente, pode parecer um coisinha qualquer, pode parecer algo que muitos fariam, mas há várias razões pra eu saber que ele fez algo muito singelo mas essencialmente lindo por mim. Gente: 1) o Fabio mal sabe escolher entre um tomate podre e um verde, por isso gastou 30min para comprá-los sendo que o mercado fica a uns 100m da nossa casa; 2) Ele tinha estado mal o dia inteiro com dor renal e ainda não estava totalmente recuperado; 3) ele nem sequer hesitou, pelo contrário, quando eu não queria falar a razão de ter ligado, ele insistiu muito pra que eu dissesse e ele pudesse realizar meu pedido; 4) eu lembrei de quantas vezes ele próprio estava com vontade de comer algo mas não pegou o carro e foi buscar porque estava cansado e tinha outras coisas comíveis em casa – e, só pra lembrar, desta vez havia pão.
E entre outras razões, eu o amo por causa disso. Porque ele me faz sentir importante e amada. Porque ele não mede esforços por mim. E porque ele faz tudo isso com aquele jeito doce que eu tanto amo...

É o amor da minha vida e sempre o será.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Títulos... Existe algo menos relevante que isso?



É incrível como duas letras podem fazer TODA a diferença no nome de alguém... Pensem: um 'Seu Benedito' é um qualquer cuja voz é quase ou nada ouvida em circunstância alguma fora de seu âmbito familiar-patriarca; já um 'Dr. Benedito' é um semi-deus e o que Ele falar está falado. Veja bem, não estamos tratando de comentários relativos à área de atuação de cada um (sejam lá um caminhoneiro e um médico ou um segurança e um acadêmico), nessa situação talvez o 'Seu' tenha mais propriedade ao falar de motores ou armas do que o 'Dr'. Mas não, não se trata disso. Vamos lá, exemplo: imagine uma discussão política (sei, é reduntante!) cujo tema seja os desafios da nova presidente brasileira; agora coloque o caminhoneiro e o médico na mesma roda de prosa (todo mundo consegue fantasiar, certo!?); pois bem, tente agora imaginar com quanta atenção você ouviria cada um, qual a relevância que daria para eles individualmente, pense qual deles seria capaz de influenciar sua própria opinião sobre o assunto. OK, eu sei que talvez você não seja tão suscetível a títulos assim, mas sabemos que 99% das pessoas chegaria às conclusões mais óbvias quando questionadas em relação a isso. Aí eu penso no meu tio: homem do campo, com apenas a 4a série, sem grandes experiências políticas mas que, alguns dias atrás, fez uma leitura altamente pertinente do atual panorama do governo Dilma. Com seu vocabulário simples, sua linguagem cheia de pragmatismo e exemplificações, ele explicitou suas fortes opiniões com uma eloquência invejável (olha o pecado!). Na nossa rodinha não havia nenhum médico, nem tampouco um acadêmico (pasmem!) e todos nós ponderamos sobre as palavras daquele simples homem com genuína solicitude. Mas, seria ele ouvido, debatido, discutido por homenzarrões cheios de títulos? Talvez, se ele fosse um torneiro-mecânico totalmente engajado nas questões políticas e trabalhistas, se discursasse de forma a elevar a autoestima das grandes massas... mas não, ele é apenas um pecuarista, sem demais títulos.
Claro que um título demonstra o longo e árduo caminho de estudos que alguém teve que percorrer até obtê-lo, mas ele por si só não garante que todo e qualquer juízo de valor emitido por aquela pessoa seja certo, justo ou inteligente. O Brasil enquanto nação demonstrou, através da eleição do ex-presidente Lula, ter passado dessa fase, mas há ainda muita 'carteirada' acontecendo por aí, muito Mestre ou Doutor exercendo o poder de seu agnome sobre reles graduados ou graduandos... ← e olha outros títulos aí! É... não adianta querer se desvencilhar do sistema.